DD-01. Deus existe?

A DúvidaNesta primeira lição vamos tratar de maneira lógica uma questão simplesmente vital: será que Deus realmente existe? Como podemos saber?. Bem, se “Ele” existe como um Ser supremo, e não como uma mera energia cósmica, há de ser ele próprio o principal interessado em revelar-se à humanidade. De fato, a própria Bíblia responde claramente tal questão (nota: você não precisa crer na Bíblia para continuar lendo este texto).

Há quase dois mil anos, ao escrever sobre os pagãos e os gentios (não-judeus) na carta aos cristãos romanos, o apóstolo Paulo de Tarso afirmou  que Deus, em sua infinita sabedoria, providenciou duas formas silenciosas de se revelar a qualquer pessoa que não endureça o coração diante das evidências: a natureza (Romanos 1.20) e a consciência (Romanos 2.15). Essas são duas formas de revelação divina que só podem ser rejeitadas ou ignoradas por pessoas que previamente, por puro pré-conceito,  decidiram cegar seu entendimento.

Com base naqueles dois pontos, vamos expor a seguir alguns argumentos lógicos que deveriam ser suficientes para provar que Deus é real. O Dr. Peter Kreeft [1] sustenta que a “razão é amiga da fé”. É somente pela fé que alguém pode crer, mas a fé não é um ato irracional: ela é em grande parte apoiada pela razão. Deus é um oceano no qual você só pode mergulhar pela fé, mas a razão pode lhe conduzir até a praia, onde as ondas começam a tocar os seus pés. É por isso que vamos apresentar os argumentos lógicos a seguir, que podem lhe ser muito úteis, mesmo que você, hoje, esteja longe da praia.

1. O argumento do projeto inteligente. A natureza é espantosamente bela, ordenada e perfeita. E quanto mais profundamente conhecemos o universo e os seres vivos, mais maravilhados ficamos. Seria preciso mais fé para crer que tudo isso possa ter surgido a partir do caos de uma explosão e de um processo aleatório de mutação e seleção natural, do que humildemente reconhecer que um Ser Supremo projetou tudo isso e intencionalmente o trouxe à existência (Jr 51.15).

Observe um computador, e tudo o que esse fantástico produto tem realizado. Seria um absurdo pensar que um computador, complexo como é, possa ter sido obra do acaso. Se não podemos explicar como um único computador possa ter sido gerado por acaso, como podemos aceitar que o universo, a natureza e a vida, que formam a mais espantosa e bela obra de arte e ciência jamais realizada, possam ter sido gerados pela trombada aleatória de átomos e moléculas? A única conclusão lógica e racional é que Deus criou tudo isso.

2. O argumento da primeira causa. Todo efeito tem uma causa. Tudo o que vemos ao nosso redor é produto de uma cadeia de causa e efeito que começou algum dia no passado. Portanto, é necessário que exista uma Primeira Causa que é a origem de todas as coisas existentes: Deus. (Deus não precisa de causa para existir, por que ele não é um efeito. Se Ele precisasse de uma causa para existir, ele não seria Deus).

3. O argumento da existência. É evidente que nós, as demais pessoas, os seres vivos e as coisas inanimadas existimos. Tudo o que existe, existe porque um dia recebeu existência. Portanto, tem que haver uma Fonte Suprema de Existência, que existe por si só eternamente: Deus.

4. O argumento da consciência. A consciência do ser humano é absoluta. Nossos sentimentos, pensamentos e emoções podem ser relativos, isto é, mudar de pessoa para pessoa, de um país para o outro, ou ainda de acordo com as circunstâncias. Mas existe um padrão absoluto e universal de amor, bondade, justiça e retidão. Embora existam homicídios, estupros e roubos, a consciência de todo criminoso o acusa de ter cometido iniquidade, e por é por isso que ele foge e procura ocultar seus atos de maldade. Todo ser humano fica indignado diante da injustiça. E é com base nesse padrão absoluto de moralidade e justiça que nós podemos julgar o que é certo o que é errado. Se não houvesse tal padrão, cada um faria o que lhe desse na cabeça, e ninguém poderia dizer nada contra. Se, como dizem os ateus, a moralidade é um produto da evolução da espécie humana, então ela é o resultado de choques aleatórios de átomos ocorrido há bilhões de anos atrás, e não faria sentido algum submeter nosso comportamento ao julgamento da sociedade. Como disse Dostoievsky, “Se Deus não existe, então tudo é permitido.” Mas se a consciência humana é absoluta, apesar das imperfeições de cada pessoa e da sociedade humana, de onde é que veio esse padrão perfeito? Só pode ter vindo dAquele que é a perfeita Justiça e o perfeito Amor: Deus. Assim, é muito mais razoável aceitar o fato de que a consciência é um “profeta de Deus instalado dentro de nós” e que, portanto, Deus existe.

5. O argumento da felicidade. Os cristãos são em geral muito mais felizes do que as pessoas incrédulas (que em geral são amarguradas). Observe algumas estatísticas que confirmam esse fato: um ato extremo de infelicidade é o suicídio; e 40% dos suicídios ocorridos nos 192 países do mundo estão concentrados em apenas três: China, Índia e Japão, com taxas ao redor de 40 suicídios por 100 mil habitantes. Esses países têm apenas 5%,  2,2% e 2,5% de cristãos, respectivamente. No outro extremo, a taxa de suicídios na Guatemala e Filipinas é de apenas 1 a cada 100 mil habitantes, e esses países têm 100% e 92% de cristãos. Por aí dá pra ter uma ideia do impacto dos valores cristãos sobre viver uma vida feliz. E o que traz felicidade aos cristãos é a fé em Deus e Suas promessas. Mas se essa fé não passa de superstição tola, como dizem os incrédulos, conclui-se que para ser feliz é necessário crer em tolices e superstições, o que seria um absurdo. Conclui-se, portanto, que Deus e suas promessas são reais.

6. O argumento do desejo insatisfeito. Existem três coisas que todo ser humano sempre deseja mais: Bondade, Beleza e Verdade. Há um limite para quanto desejamos de comida, esporte, descanso, diversão e até riquezas, mas para aquelas três coisas não há limite. De onde vem esse desejo universal, se sabemos que nunca nenhum ser humano jamais experimentou perfeita bondade, perfeita beleza e prefeita verdade? Só pode vir dAquele que é a fonte eterna, perfeita e inesgotável de tudo isso: Deus. Portanto, Deus existe.

7. O argumento da existência do objeto do desejo. Eu desejo comer, e existe comida para satisfazer meu desejo. Desejo descansar, e existe o sono para recuperar minhas energias. Seria um absurdo desejar o que nunca existiu.  Todo ser humano, no mais profundo do seu ser, deseja ser preenchido com amor, paz e felicidade. Portanto, existe uma Fonte de perfeito Amor, Paz e Felicidade: Deus.

Referência:

[1] Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli, “Manual de Defesa da Fé”, Editora Central Gospel.

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