Existe contradição entre o amor de Deus e a Sua justiça?
Os incrédulos, ateus e agnósticos recusam-se a crer em Deus porque dizem que, se Ele existe e é Amor, então é totalmente incoerente que Ele venha a lançar pessoas no inferno. Ou seja: ou Deus não existe, ou ele é imperfeito e contraditório. E como não faria sentido crer em um “deus imperfeito”, eles preferem não crer em nenhum deus.
Esse argumento revela claramente o grande problema da humanidade rebelde, cega pelo orgulho e colocando-se acima de Deus. Recusam-se a reconhecer que é o seu próprio pecado que causa a ira e a justiça de Deus, e O acusam de ser injusto. É a criatura julgando o Criador! Mas Deus é perfeitamente santo. Por isso, é impossível que Ele tolere qualquer tipo de impureza naqueles que estarão eternamente em Sua presença. Nenhum resquício de trevas pode permanecer diante de uma forte luz.
Entretanto, é totalmente impossível para o homem viver segundo um padrão de vida divino de santidade e justiça. Basta ver os vergonhosos escândalos em que, ao longo da história, se meteram inúmeros líderes religiosos consagrados. Ou então, basta ver as barbaridades que a humanidade ainda comete em nome da “religião”. Vendo toda a humanidade perdida no pecado e sabendo que nenhum homem poderia auto-purificar-se e escapar da condenação eterna, Deus Pai enviou o Deus Filho para encarnar-se e assim tornar-se Jesus, o único Homem perfeito, a fim de que Ele recebesse a condenação em nosso lugar e pagasse a dívida do pecado. E por que tamanho sacrifício? Porque Deus ama profundamente a cada um dos homens (mesmo o pior pecador), muito além do que possamos imaginar, e deseja que todos se salvem. Portanto, não existe nenhuma contradição entre a justiça de Deus e seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a Sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como suprema dádiva de amor (leia na Bíblia: Evangelho de João 3.16; e primeira carta de João, 1 Jo 4.9,10).
Por que Deus permite o sofrimento de pessoas inocentes?
Em todo o livro de Jó, essa é a pergunta que fica no ar. O próprio Deus elogiou a retidão de Jó, mas permitiu que ele perdesse todas as suas riquezas, todos os seus filhos, e fosse acometido de uma doença terrível, com feridas dos pés à cabeça. Por que? No final, quando Deus fala com Jó, sua resposta pode ser resumida assim: “Confie em Mim. Eu sei mais do que você…”. E no final vemos um Jó duplamente abençoado, que passou a conhecer a Deus não apenas de ouvir falar, mas de contemplá-lO com seus próprios olhos. O maior sofrimento (todo o ritual de crueldade da crucificação) afligido ao Homem mais inocente que o mundo jamais viu (Jesus) mostra no final o propósito glorioso de Deus, de redimir a humanidade e restaurar a comunhão perfeita com Ele, através do seu Filho Amado, Jesus Cristo.
Diante do sofrimento dos justos e inocentes, a pergunta “por que?” nos coloca na posição e no foco errado. Na posição errada, porque nos colocamos como juízes dos atos de Deus, como se disséssemos: “Deus, acho que o Senhor não está agindo corretamente nessa situação. Deve haver algum engano. EU não acho isso certo…” (isso foi o que Pedro disse a Jesus em Mateus 16.23). Perguntar “por que?” nos coloca no foco errado porque nos desvia do propósito final e infinitamente mais sábio que Deus tem, ao permitir o sofrimento de inocentes. Portanto, a atitude mais correta é confiar totalmente no amor e sabedoria de Deus, diante de qualquer situação. E se temos que perguntar alguma coisa a Deus ao enfrentar o sofrimento em nossas vidas e na vida daqueles que amamos, que a pergunta seja “Para quê, Senhor?”. No final, nos será revelado o propósito de Deus, e compreenderemos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28).
REFERÊNCIA
[1] Donald C. Stamps, “Bíblia de Estudo Pentecostal”, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.